quarta-feira, 24 de março de 2010

Interações Estéticas - Coco de Umbigada e Afrosul Odomode

A parceria entre os Pontos de Cultura Coco da Umbigada e Afrosul Odomode no projeto Interações Estéticas teve sua primeira etapa neste mês de março, entre os dias 14 e 21, na sua maior parte no Ponto de Cultura Odomode, em Porto Alegre. Foram realizadas gravações de áudio com músicos do Afrosul e outros  artistas da rede. Para  alguns dos participantes, que estão  gravando pela primeira vez, o processo se apresenta como uma grande alternativa, já que possibilita o registro e a difusão de suas composições. Com aproximadamente seis horas de áudio gravadas, além do registro de vídeo e fotográfico, esse repertório integrará uma coletânea que reúne artistas de várias regiões do Brasil.

O Prêmio Interações Estéticas oferece a artistas de diversos segmentos a possibilidade de desenvolver projetos integrados a Pontos de Cultura de todo o país, deslocando-se para um contexto cultural diferente do seu para que possam desenvolver um processo de criação artística associada à troca de experiências, linguagens, conhecimentos e realidades, potencializando os Pontos de Cultura como espaços de experimentação e de reflexão crítica. Em parceria com o coletivo Nordeste Livre, o PC Coco de Umbigada propõe a replicação de uma experiência que já foi realizada em Olinda, o Semussum Brasil que é a montagem de um estúdio itinerante para gravação de uma coletânea de músicas da cultura popular de matriz africana e indígena nas cinco regiões do Brasil, em parceria com a rede Mocambos. 




O Ponto de Cultura Coco de Umbigada, é um projeto que trabalha a inclusão social de jovens em situação de vulnerabilidade social da comunidade do Guadalupe e seu entorno. Promove a preservação da memória e a difusão da cultura negra e afrodescendente, ampliação dos direitos humanos, perspectiva e empoderamento profissional pela cultura e educação. O projeto prioriza o acesso à diversidade cultural, inclusão digital, atendimento alternativo e projeção social, promovendo ainda soluções sustentáveis para uma aprendizagem necessária ao individuo, dando início a seus primeiros passos para a alfabetização digital, para que este possa no mínimo interagir neste mundo cada vez mais exigente e excludente tecnologicamente.
 
Assim como o Coco de Umbigada, o Odomode desenvolve suas ações pensando na inclusão de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social que vivem no seu entorno, na Rua Ipiranga, no Bairro jardim Botânico. O AFROSUL teve suas origens bem demarcadas na ancestralidade da comunidade negra de Porto Alegre. Seus integrantes trouxeram as marcas das comunidades afro-descendentes em que viveram. Entre as atividades realizadas pelo Afro-Sul, destacam-se a dança, a música, a moda e a gastronomia, todas elas retratando a cultura afro-gaúcha. Na área musical, a instituição ministra oficinas, cursos e aulas de percussão, além de exibições artísticas sobre a cultura afro-brasileira e "afro-gaúcha". A dança é praticada com o hip-hop e suas vertentes, o Rap e o Break, e com oficinas de capoeira. Além disso, o Bloco Afro Odomode (jovem, novo, menino, na língua iorubá) participa do desfile de quase todas as escolas de samba de Porto Alegre.
Resultado do trabalho de articulação em rede desenvolvido pelos agentes culturais das duas organizações, apoiados pelo Ministério da Cultura, o encontro teve como elo a Rede Mocambos, com participação do Tuxáua Paulo Barbosa PC, que diz que  "através da exibição de um vídeo sobre o trabalho do Odomode na ONID (Oficina Nacional de Inclusão Digital foi o princípio da parceria, lpois despertou o interesse da equipe do Projeto Semussum pela afinidade de objetivos e ações realizadas. 

Além das gravações, a parceria possibilitou a instalação parcial de um estúdio de gravação no Ponto de Cultura Odomode, além de vivências em edição de áudio, música, dança e fotografia. 



Também aconteceu visita a dois terreiros de matriz africana de Porto Alegre como parte da vivência.  



Os griôs participaram ativamente das vivências; o Mestre Griô Paraquedas pintou o estandarte do projeto, além de gravar algumas de suas músicas  e músicas com os Tuxáuas Rodrigo Apolinário e Rodrigo Prates do Projeto Zuando Som - Histórias Cantadas da Infância dos Mestres Griôs.



E para celebrar essa importante etapa da parceria, a comemoração não poderia ser de outra maneira: com muita umbigada, samba, reggae e alegria ao som dos tambores no Domingo Cultural Afrosul.


Odomode Tambor, grupo dos jovens artistas do instituto Afrosul, agitou o salão com muita qualidade musical.


Com certeza esta foi uma semana de muita importância para a visibilidade da cultura  afro-brasileira e da sua influência nas vivências do nosso povo, e esta parceria que nasce é mais uma comprovação da riqueza e diversidade da cultura brasileira.


Texto: Vania Pierozan
Imagens: Paulo Barbosa, Vania e Liliane Scoto


segunda-feira, 8 de março de 2010

4º FestFotoPoA

O 4º FestFotoPoA apresenta uma intensa programação de exposições, projeções, palestras, debates, seminários, leituras de portfólio.
Dia 6 de abril/Terça-feira
19 hs – Abertura oficial do 4º FestFotoPoA com a inauguração das exposições: “Thomaz Farkas”, fotógrafo homenageado da 4ª edição, “Nazaré do Mocajuba”, Instalação de Alexandre Sequeira, “Tempo de luto” – Instalação de Jacqueline Joner, “Fotografia Gaúcha Contemporânea – Instalação e sala de projeções com Curadoria de Jacqueline Joner.
veja a programação completa aqui

domingo, 7 de março de 2010

Experiência multimídia com crianças

por: Gabriela Agustini, em Cobertura, Vídeo no dia 14/12/2009

A educadora social de Porto Alegre Alissa Gottfried veio a São Paulo para participar do Seminário Internacional do Fórum da Cultura Digital Brasileira e trocar experiências com outros participantes. Nesta entrevista em vídeo, ela fala, entre outras coisas, sobre o jogo de RPG com recursos multimídia que criou para incentivar as crianças a contarem e criarem histórias.



Para continuar a pesquisa sobre Cultura Digital no Brasil e no Mundo acesse esse outro link:

http://culturadigital.br/seminariointernacional/2009/



quarta-feira, 3 de março de 2010

Cine Club

Jodorowsky na Sala P. F. Gastal


A Sala P. F. Gastal recebe a partir de terça-feira, dia 2 de março, uma programação reunindo filmes do cultuado cineasta chileno Alejandro Jodorowsky.
Promovida pelo SESC, a Mostra Jodorowsky exibe os quatro primeiros trabalhos desse visionário artista, há muitos anos radicado na França: o curta-metragem A Gravata (1957) e os longas Fando e Lis (1968), El Topo (1970) e A Montanha Sagrada (1973). Com sessões nos horários das 15:00 e 19:00, a mostra tem entrada franca. Na quinta-feira, 5 de março, após a exibição do filme A Montanha Sagrada, acontece um debate sobre a obra do diretor com a participação do críticos de cinema Cristian Verardi, Thomaz Albornoz e Marcus Mello (os dois últimos estiveram com Jodorowsky em 2004 e 2007, participando das tradicionais leituras de tarô que o mestre costuma promover).

Já na sessão das 17:00 a Sala P. F. Gastal segue exibindo o documentário brasileiro Crítico, de Kleber Mendonça Filho. Ingressos a R$ 3,00 e R$ 6,00.

mais informações: festapirateada.blogspot.com

FEIRA DE TROCAS SOLIDÁRIAS EM PORTO ALEGRE RS

Economia popular solidária e consciente.

Calor, cores e alegria preencheram a tarde do sábado, dia 20 de fevereiro, em Porto Alegre. Na escadaria da Borges, em frente ao Prédio da Comunidade “Utopia e Luta” o grupo animado encontrou-se para realizar trocas solidárias. O encontro foi motivado pela vontade de proporcionar a vivência de outras perspectivas de consumo e, através da troca direta de produtos materiais e culturais, estimular práticas que valorizem a preservação da natureza e a economia da solidariedade.


As feiras de trocas são praticadas em vários espaços sociais como proposta alternativa de economia popular e solidária. As primeiras aconteceram no Canadá nos anos 1980. Se baseiam em princípios da economia solidária:substituir o lucro e a competição pela cooperação; valorizar o saber e a criatividade humana e não ao capital e sua propriedade; buscar um intercâmbio respeitoso com a natureza.
A pequena feira foi iniciativa de um grupo de amigos e coletivos que compartilham de idéias de preservação, colaboração e criatividade. Entre os grupos que participaram podemos citar a Comunidade Utopia e Luta, Pontos de Cultura, Rede Mocambos, Coletivo de Agroecologia Uvaia, Coletivo Tear Digital, Instituto de Desenvolvimento Social Bravagente.
As trocas aconteceram de maneira bastante livre e direta, o que pode ser definido também como escambo. O primeiro encontro do grupo foi o princí­pio de uma seqüencia de feiras que está sendo projetada, e já definiu-se o próximo encontro para o dia 10 de abril, no mesmo local. Pensando na ampliação da atividade a divulgação será intensificada para proporcionar a participação de outras pessoas e movimentos sociais. Em Porto Alegre e região já acontecem outras feiras, propostas por diversos movimentos e comunidades, como a Utopia e Luta, a Cooperativa Girassol e outros relacionados ao Fórum Brasileiro de Economia Solidária.



Na oportunidade foi lançado o primeiro livro da Editora Livre Ecoaecoa, o As Borboletras Estão Chegando. Idealizada por Alissa Gottfried e Felipe Nunes, a edição do livro de poemas é alternativa viável para a circulação de idéias e conhecimentos, possibilitando a distribuição direta e flexível. Também foram distribuí­dos contos e poesias em forma de panfletos e adesivos do projeto Epidemia de Poesia da Revista Guatá, do Paraná.
Algumas feiras de trocas utilizam a moeda social. Nestes casos são estabelecidas comissões que funcionam como coordenação, responsável pela emissão, distribuição e controle da moeda solidária que possibilita aos membros comprar e vender dentro do grupo. O Projeto Colibri, resultante do surgimento dos encontros de vários paí­ses na Rede Latinoamericana de Socioeconomia Solidária, compreende que o uso da moeda social e a busca de sua integração é um instrumento da própria construção democrática da Economia Solidária. 



No Brasil, exemplo de sucesso é na comunidade da favela Conjunto das Palmeiras, em Fortaleza (CE), onde a Associação dos Moradores criou um banco que faz empréstimos, financia negócios e concede cartão de crédito aos associados como ação para impulsionar o consumo interno e a geração de empreendimentos sociais na comunidade. No I Fórum Social Mundial houve grande procura pela oficina denominada “Economia Popular Solidária e Autogestão” (aproximadamente 1.500 participantes), o que motivou a criação de um GT Nacional com a participação de diversos segmentos: rural, urbano, estudantil, religioso, sindical e de comunicação. Desses debates nasceu o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) que atua no sentido de integrar as diversas ações de economia solidária em todo o país.

Para mais informações acesse:
http://www.fbes.org.br/;
http://cirandas.net/;
http://redlases.wordpress.com/
http://www.coopgirasol.com.br/
Texto: Vania Pierozan Imagens: Vania e Paulo (PC)