quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rede Sul dos Pontos de Cultura realiza momento de formação em Porto Alegre

Os Pontos de Cultura do Sul continuam no clima do Encontro Regional Sul da Cultura Digital. Durante o encontro do final de semana passado na cidade de Rio do Sul, os Pontos de Cultura articularam um encontro para formação de agentes comunicadores. Nos dias 23, 24 e 25 acontecem, em Porto Alegre, atividades conjuntas para conversar sobre jornalismo cidadão e o sistema Thot, uma ferramenta de edição de sítios desenvolvida pelo Pontão de Cultura Ganesha, de Florianópolis/ SC.



Num primeiro momento a oficineira Fabiane Berlese falou sobre as diferentes linguagens do jornalismo, dando dicas de escrita, direitos autorais e comunicação eficiente। Depois apresentou o software, as suas ferramentas e possibilidades de uso, que tem uma interface facilitada e eficiente, apesar de ainda estar sendo testado e constantemente melhorado. Com um clima de aprendizado coletivo, a oficina transcorre durante o dia de hoje. Amanhã haverá um curso de Políticas Públicas para a Cultura, proposto pelo Pontão CBC – Capital Brasileira da Cultura, de São Paulo. O curso acontece durante todo o dia no Pontão de Cultura Minuano Digital, na Galeria Malcon, em Porto Alegre.


Afim de melhor aproveitar o tempo juntos, à noite continuam as conversas em clima de formação। No sábado pela manhã estarão reunidos no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, além dos integrantes do próprio ponto localizado no Cristal, integrantes do Ponto de Cultura Kaingang, de Ronda Alta, os Pontos de Cultura Odomode, Pontão Minuano, de Porto Alegre, a representante do Pontão de Cultura Ganesha, de Florianópolis, Ana Paula Stock do MinC-RRS, Paulo Barbosa, da Cultura Digital, e outros convidados.


A idéia é formar um núcleo de multiplicadores, que depois de aprender a usar o Thot, possam (in)formar outras pessoas sobre a cultura digital, divulgando as produções dos Pontos de Cultura de forma mais dinâmica e autônoma.


Por: Vania Pierozan, em 23 de abril de 2009.

GRIÔS DO SUL PARTICIPAM DO ENCONTRO DA CULTURA DIGITAL

Os mestres participaram das atividades e mostraram seus trabalhos artísticos.


(fotos: Alissa Gott e Tusile)

O Encontro Regional Sul da Cultura Digital, evento organizado pelo Pontão de Cultura Minuano, reuniu os Pontos de Cultura do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná na cidade de Rio do Sul e contou com a participação de representantes do Ação Griô.
A proposta do encontro, realizado nos dia 18, 19 e 20
de abril, é discutir a circulação da Cultura Livre e o uso de Software Livre nas produções culturais dos agentes dos Pontos de Cultura, Casas Brasil e Rádios Comunitárias. Outro importante momento do encontro são as trocas e a apresentação dos grupos artísticos do projeto. O encontro contou com a presença de Mestres Griôs de Pelotas Sirley Amaro, São Lourenço do Sul, Ana Centeno, José Oliveira Luiz (Zé do Rio) de Caxias do Sul e os Mestres Eugênio Alencar (Paraquedas), Iara e Paulinho Deodoro, de Porto Alegre.
Com muita alegria e disposição os griôs, que são os mestres da tradição oral valorizados pelo programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, marcaram sua presença. Entre as atividades realizadas pelos mestres podemos destacar a roda de dança e música, a mostra dos trabalhos artesanais, pinturas e poesia.
Muitos destas senhoras e senhores estão conhecendo e se apropriando das ferramentas de comunicação como e-mail, blog, site, e a cada encontro descobrem novas possibilidades de comunicar seus conhecimentos e produtos, através da rede de internet ou outros meios de circulação de informações.
Alguns dos Pontos de Cultura presentes no evento já utilizam ferramentas livres na documentação e divulgação de seus trabalhos, mas o uso de softwares livres para edição de imagens, vídeos, áudios, ou até mesmo para a apresentação de slides ou edição de um texto se apresentou como uma meta a ser alcançada por todos os pontos da rede, através de ações conjuntas e continuadas que possibilitarão o fortalecimento e a criação de espaços livres de divulgação da cultura popular.

Paula, Mestra Griô Sirley Amaro (Chibarro Pelotas), Pipoca (Estrela), Mestre Griô Zé do Rio (Caxias do Sul), Vania (Porto Alegre), Mestra Griô Ana Centeno (Musicarte São Lourenço do Sul), Tusile (Porto Alegre), Griô Paulo Romeu e Mestre Griô Eugênio "Paraquedas" (Odomode Porto Alegre).

A integração dos Mestres Griôs ao encontro foi importante no sentido de aproximar os conhecimentos populares da Cultura Digital, valorizando, ao mesmo tempo as velhas e novas formas de comunicar quem são e o que fazem.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Pontinho de Cultura Curiosa'Idade/Odomode

(fotos: Tusile, Elisa Gootfried, Ana Paula Stock e Alissa Gottfried)

O Pontinho de Cultura Curiosa'idade do Odomode participou do Encontro Sul da Cultura Digital, compartilhando algumas de suas atividades. Na primeira noite o grupo de adolescentes do Instituto Afrosul apresentou o Odomode Tambor, mostrando qualidade técnica e muita energia, que agitou os presentes no espaço do Ponto de Cultura Anima Bonecos, em Rio do Sul.
No segundo dia a oficineira Elisa Gottfried, de abayomi, (bonecos feitas com nós em tecido) demonstrou as possibilidades de criar o brinquedo, que é, ao mesmo tempo, material pedagógico. As borboletas de origami feitas por Vania, Alissa e Pipoca ilustraram o cartaz manual de divulgação das oficinas.
O Pontinho de Cultura Curiosa'idade iniciou seus trabalhos em março com as oficinas de origami e abayomi, que estão em fase de conclusão. Em breve terão início as oficinas de teatro de bonecos e criação áudio-visual, que complementam a formação promovida no Ponto de Cultura Odomode com crianças e adolescentes da comunidade que vive próximo ao Instituto Afrosul, em Porto Alegre, RS.
Além da apresentação artística Odomode Tambor e a participação nas oficinas, o Ponto de Cultura levou as experiências e vivências de seus Mestres e Griôs Paraquedas, Iara e Paulinho.
Por: Vania Pierozan

Conheça o Pontinho Curiosa'idade
Fotos da Oficina de Abayomi

Foto do Grupo Açor Sul Catarinense, na noite em que fez uma apresentação
no Anima Bonecos. Rio do Sul

Receitas da Oficina de Consumo Consciente

Grio Paula fotografada por Tusilé
A Oficina de Consumo Consciente, proposta por D. Paula (Odomodê) e Margarete (Maria Mulher), aconteceu no início da tarde de segunda feira, antes da plenária final do encontro. Foi um espaço de intensa troca de experiências e... receitas. Surgiram várias parcerias, formando conexões entre os pontos e também fora deles. Muito legal!
Aí vão as receitas que as oficineiras nos apresentaram. 

 


Flan de Banana


Ingredientes

5 polpas de bananas
1 col. de maisena
2 ovos
1/2 xíc. de açúcar mascavo
1/2 litro de leite
canela em pó

Preparo


Lave bem as bananas com esponja e sabão;
Separe as cascas para outras receitas;
Corte as polpas e frite em manteiga. Ferva o leite e misture com o açúcar, a maisena diluída e os ovos.
Derrame a mistura sobre as bananas. Polvilhe com canela e leve ao forno por 20 minutos, até dourar.

Bolo de Casca da Banana

Ingredientes:
Casca de 5 bananas, bem lavadas.
3 ovos
1 copo de óleo
3 xíc. de farinha de trigo (pode ser integral)
3 xíc. de açúcar mascavo
1 col. fermento químico em pó

Preparo

Lave bem os alimentos com esponja e sabão.
No liquidificador acrescente o ovo, o óleo e as cascas das bananas.
Em uma tigela coloque a farinha e o açúcar e misture com o que foi batido no liquidificador, mistutando até obter uma massa homogênea e em seguida acrescente o fermento.
Leve ao forno por 25 minutos.


Bolo Salgado

Ingredientes
1 lata de ervilha
2 ovos
1 copo de óleo
3 xíc. de farinha
1 col. sal
1 pacote de fermento de 50g

Preparo

Liquidifique a ervilha com os ovos o óleo e o sal.
Misture tudo em uma tigela, com a farinha e o fermento.
Leve ao forno por 25 min.
Decore com queijo, tempero verde...sua criatividade.


Suco

Ingredientes
3 limões
1/2 cenoura
1 laranja
1 litro de água (purificada, fervida, filtrada...)

Preparo
Lave bem as frutas e os legumes com esponja e sabão.
Coloque no liquidificador a cenoura com casca e uma metade da laranja, sem as sementes.
Acrescente o litro de água, e o suco dos limões e da laranja.

Oficinas do Minuano no Encontro dos Pontos de Cultura Digital

Dois dias de oficinas de gráfico foram oferecidas no Encontro de Cultura Digital Sul em Rio do Sul.
Durante o segundo dia de evento iniciei a oficina de gráfico produzindo esses cartazes da foto acima. A atividade durou 2 dias do evento. No primeiro dia não propus um cronograma para a oficina, pois queria ajudar os participantes a produzir ou estudar as ferramentas livres que estivessem precisando. Para isso apresentei o curso wiki de gráfico publicado no link:
http://ecoaecoa.wordpress.com/curso-de-graficolivre/

ou clicando em gráfico no link:
http://minuano.org/oficinas/

Em torno de 20 participantes aproveitaram a oficina para produzir cartazes de oficinas, blogs, cartões de visita, email, editar fotos, articulamos um movimento de mulheres que criou este blog colaborativo.

Este blog foi proposto na plenária final do fórum dos pontos de cultura e no fim do evento um panfletinho foi distribuido com o endereço e email para postagens. O motivo em optar pelo Blogspot foi para que qualquer pessoa pudesse postar imagem e texto sem da forma mais fácil possivel. O blog possibilita a postagem automática, sem passar por filtro, enviando um email para:

ecoaecoa.culturadigitalsul@blogger.com

Integrantes do Grupo Feminino de Pesquisa, Produção e Multiplicação da Cultura Digital Popular Sul, como Vânia Pierozan e Lisiane Brolese e eu estamos administrando o blog. Se você quiser colaborar para o blog é só mandar um pedido aqui.

Leia aqui a matéria escrita pelo Pontão Ganesha


Veja mais fotos das oficinas

Foto: Elisa Gottfried

"Encontro de Conhecimentos Livres dos Pontos de Cultura da Região Sul Teia Sul".

Foto Tatiana Mileide
O 1º ano do Ensino Médio, juntamente com a professora Tatiane Mileide Danna, da disciplina de Artes, estiveram presentes no Encontro de Conhecimentos Livres dos Pontos de Cultura da Região Sul Teia Sul, no Parque Universitário Norberto Frahm, onde foram desenvolvidas oficinas e palestras sobre a cultura digital.
Os alunos participaram da “Oficina de Blog”, ministrada pelo Ponto de Cultura Digital Minuano, de Porto Alegre. Onde a turma criou um blog que vai ser o FanzineT virtual da Escola UNIDAVI.
No site www.minuano.org você poderá conferir e conhecer o trabalho do Ponto de Cultura Digital Minuano.
Logo após se divertiram muito com a “Oficina de Grafitagem”, com o grafiteiro Jackson Brum, de Porto Alegre. No site www.multypli.com, poderá ser conferido o trabalho do grafiteiro e ver outras fotos da oficina realizada.

fonte: http://www.educacional.com.br/escolas/administra/publicacao/novo/GaleriaVisualiza.asp?id=275518

Oficina de web - rede de blog na plataforma WordPress.

Oficina de Grafitte do Jackson

Convite para visualizar o Álbum da web do Picasa de ecoaecoa - Encontro da Cultura Digital - Rio do Sul/SC

Você foi convidado a visualizar o álbum de fotografias de ecoaecoa: Encontro da Cultura Digital - Rio do Sul/SC
Encontro da Cultura Digital - Rio do Sul/SC
19/04/2009
de ecoaecoa
FOTOS DA TUSILÉ
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Release do primeiro dia do Encontro. Por TV OVO e Amarelo

http://www.iteia.org.br/encontro-regional-sul-dos-pontos-de-cultura

Fotos do Jackson

http://www.jacksonbrum.multiply.com/

Fotos do Encontro Cultura Digital Região Sul 2009


Pessoal, o encontro foi uma ótima oportunidade de encontrar pessoas legais, ávidas por fortalecer a rede de Pontos de Cultura da região Sul do Brasil. Foi um prazer conhecê-los.

Criamos um álbum com fotos do evento.

Abraços,
Lucas e Kelly


Oi, eu queria compartilhar algumas fotos minhas com vocês. Elas estão em um álbum chamado "Encontro de Cultura Digital Região Sul 2009". Espero que vocês curtam!

-- lucasa
PICT0086.JPG Encontro Cultura Digital Região Sul 2009
http://www.flickr.com/photos/lucasa/sets/72157617146075556/
Uma seleção de coisas do álbum.
PICT0086.JPG PICT0085.JPG PICT0084.JPG PICT0082.JPG PICT0080.JPG

Artigo colaborativo sobre Lei Rouanet

Queridos companheiros Ponteiros do Sul. Abaixo está o artigo que escrevi sobre os desdobramentos da Lei Rouanet, que interessa a todos nós indistintamente, como forma de colaboração no blog do encontro.
Abraços fraternos a todos.
Pedro
Prezados, Todas e todos]

Parece que a conversa engatou uma segunda. Não sei a quantos rpm´s, e também ao que vai levar esse ódio velado sobre um e outro e do outro sobre um. O que desejamos saber de fato, qual é a posição da rede dos pensartes, com respeito a nova realidade cultural que se impõe no país.
Essa tal cultura de entretenimento já não dá mais conta da demanda, e na minha pequena lucidez - anos luz distante - da intelectualidade que se apresenta neste fórum, não vejo nada de concreto sendo proposto. Os argumentos de um e de outro, vão e vem, e novamente se repetem, e nada de novo no reino da cultura local. Vai ficando cada vez mais claro um discurso vazio, parecendo oximoro. Deus se come-se.
Além da Lei Rouanet de vocês, celebrada como num convescote, o que mais os pensartes fazem para mudança de status quo na sociedade cultural brasileira? Sinceramente, fico cada vez mais confuso. Será mesmo que Ministro está ou é mesmo louco de fato? E assim todo o Ministério da Cultura desse país é um bando de facínoras?- parafraseando Arrigo Barnabé. Qual é a representatividade dessa rede pensarte e desse ministério? O que desejo mesmo, é aproveitar esta rica oportunidade para saber de fato o que é cultura para além dos "projetos culturais" dos quais vejo todos discutindo, e buscando argumentos vulneráveis, as vezes sem nexo algum , soando bravatas que mais se parecem como doutrina UDENISTA. Poderiam revelar quais são as fontes de recursos do Instituto Pensarte e do Cultura e Mercado? Assim a gente - interessada em fazer cultura - diferentemente de "projetos culturais" aprende um pouco mais, e consegue até formar uma opinião a respeito do assunto. A Lei é louca? Ou estão fechando a torneira do dinheiro público? Ou esse Ministro é mesmo louco? Enganou o ex-ministro Gilberto Gil, com essa loucura também de Do-in cultural? Cultura? E esses tais Pontos de Cultura, tipo Porto Pensarte, Kaos, Prá que servem? Qual o público ao entorno deles que foram beneficiados culturalmente falando? Uma coisa é oficina de arte para os menos assistidos, em situação de vulnerabilidade social, moradores de cortiços etc., Outra coisa é formação cultural de amplitude, repasses de ferramentas metodológicas de suporte e fomento à cultura, diferentemente de edição de livros que priorizam autores da própria diretoria, e edição de prêmios voltados para própria claque. Como é que funciona essa tal arquitetura cultural? Como é que a gente consegue adquirir esses conhecimentos? Quanto custa um manual de elaboração de projeto cultural para artista, produtor cultural, associação Amigos da Vila Nhocuné, ah! ele é encomenda de empresas? Também patrocinado pela Lei Rouanet? Certo! Fazer filme prá ser rodado no exterior, utilizando toda mão de obra lá de fora também é viável do ponto de vista da lucratividade? São essas questões que incomodam - como já disse, não sou intelectual - mas me incomodam do ponto de vista da consciência. Não tenho conseguido dormir direito. Já são 3 horas da manhã, e eu aqui tentando aprender um pouco mais, sobre essa tal Lei Rouanet. Mas pelo que tenho visto na mídia e na internet, parece que está incomodando a todos né? Fundação Roberto Marinho, que não é das Organizações Globo, somente é da família. E também recebe dotação orçamentária do Espírito Santo para mover a máquina administrativa e consolidar seus projetos. Claro que o Museu da Língua Portuguesa é importante, em particular para minha pessoa, pois como filho de ferroviário, é lá que vou matar saudades da minha infância, de uma São Paulo que não tinha Lei de Incentivo à Cultura. O Museu do Futebol? Tão importante quanto. Alguém falou que ele terá exposições itinerantes pelo país afora, para que os demais torcedores desse Brasil, país do futebol, possam ter acesso as peças e troféus e das histórias dos nossos ídolos. Saber de onde saiu o Pelé. Com certeza muitos não sabem que ele foi engraxate antes de se tornar ícone da sociedade moderna. Mas poderiam saber, caso tivesse alguma Lei de Incentivo à Itinerância dos Bens Culturais - na ordem de 100% de abatimento - realizados com recursos da lei de Incentivo à cultura, com a possibilidade de deduzir despesas operacionais ampliando um pouco mais o benefício fiscal. E também acho que seria o caso de propormos uma Lei de Incentivo ao Direito Autoral, também na ordem de 100% - para as Obras e Bens Culturais - desde que realizados por meio da Lei de Incentivo à Cultura, não sendo permitida a utilização da Lei de Incentivo à Itinerância dos Bens Culturais realizados com recursos públicos simultaneamente. Mas se o proponente cadastrar esse mesmo projeto separadamente nas duas Leis distintamente, dai pode. Sem nenhum problema utilizar os três mecanismos num mesmo projeto, em nome de uma só produtora. Pessoa física fica impedida de aspirar estes benefícios. Para tanto, ela tem que abrir uma empresa de natureza cultural. Voltando ao teor da Lei de Incentivo ao Direito Autoral. Todas as obras e bens culturais gerados, quando apresentados ao público e a sociedade no sentido amplo do termo, receberá um percentual pela exibição da obra, considerando o fato que uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa. O dinheiro é de todos. A Obra é minha. Quer dizer! eu sou o iluminado, ou seja, o dinheiro da sociedade tributada - sem a minha obra não vale nada. Mas para produzir a minha obra, é necessário o dinheiro da sociedade. Se voces quiserem ver já são outros quinhentos. Ela foi produzida para ser guardada num espaço vago da minha estante. Minha patroa tá me enchendo os picuás com aquele espaço vazio lá na sala de casa. Vou resolver este problema de uma vez por todas. Vou fazer um projeto cultural de um livro, ou DVD, ou um show musical, depois eu faço umas cópias de CDs e pronto. Ta resolvido o problema dela. É assim mesmo que o mercado está se comportando? Esse tal mercado tem endereço? Onde é que fica a sede? Alguém vai ter que falar com ele. O Mercado é nosso! E ninguém tasca.
O que é que está acontecendo? Estou totalmente confuso, pensando até em criar uma gravadora focada em artistas não contemplados com Leis de Incentivo à Cultura, faço uma trama do gosto, e pode ser até que um lucro aqui outro lucro ali, com o passar do tempo acabo sendo reconhecido até com a Ordem do Mérito Cultural, ou quiçá com o Prêmio Pensarte de apoio à Cultura Brasileira. Vai saber? Louco é o que não está faltando neste mercado cultural país.
Peço minhas desculpas pelo jeito desajeitado de ser e escrever, mas sou assim mesmo. Me fiz por mim mesmo. Não tive nenhum apoio e nem Lei de Incentivo prá me ajudar nesta peleja da vida. Aliás, tô até pensando em sugerir lá pro ministério - já que tá aberto prá opinião pública - se não era o caso de colocar um artigo na lei, uma coisa do tipo assim: Uma dedução no imposto de renda e aí deveria ser aberto prá todos - nada desse negócio de somente empresas com lucro real, pode ser qualquer uma, e pessoa física também. Fica beneficiado com direito a 100% de dedução no imposto de renda, toda e qualquer manifestação de ética. Ponto.
Seu Pedro.
Carlos Henrique Machado Freitas disse:
Neste ponto, Carina, a manteiga fica longe do pão, sem necessariamente valorizar mais o light ou o gorduroso. Fico, neste momento, com a fala bastante lúcida do Seu Pedro, em comentário no meu último texto, “O Bate-papo dos contrários…”, quando ele bem diz que, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Aproveito para responder a ele: o que é pode não ser mesmo. No caso do Brasil, com a mitificação num projeto dirigista sentido elite econômica, o youtube, com a orquestra mundial do Mc Donalds, cebola, picles, hamburguer especial… é comemorado pelos bem e mal intencionados de um Brasil que entra no foco das engrenagens internacionais para, através da cultura, sedimentar pastos em lugar de céu. Água limpa e corrente para o abastecimento controlado das multinacionais.
A arte pode não ser o que deveria mesmo, Seu Pedro. Se flores, perfume. Se espinhos, o corte fundo e, muitas vezes venenoso contra o próprio amante deste país. Prudência e caldo de ganhlinha, vigília, são atitudes normais diante de um front que tem a responsabilidade de separar o que é água e o que é óleo. Porque no giro aluscinante de uma paulicéia desvairada, do dínamo que produz luz apenas para alguns, dentro da betoneira que produz o concreto armado, frio, vai muito mais do que brita, cimento e areia, vai alma, sentimento, inclusive ou pior, o de reagir. Por isso, vou com Sarkovas até o limite de sua bela fala, que a Lei Rouanet é uma imoralidade histórica neste país.
Por outro lado, combato com veemência um assento estratégico, mesmo para os aportes 100% privados, ou seja, sem a utilização da lei, pois, como diz Sarkovas, não existe almoço de graça, no que concorco em gênero, número e grau, porque a nossa elite econômica, desde o início da burguesia aliada ao império que produziu esse Estado promíscuo nos municípios, estados e federação a partir de um republicanismo voltado a servir aos filhos da corte, que recebemos um caroço e pagamos um jantar à luz de velas e, ao fundo, uma valsa vienense tocada com o apuro da técnica muscular proposta por uma ordem mundial vigente que nos é apresentada assim como um hamburguer no youtube.
Eu, caboclo véio, vivido nessas trilhas tortuosas da cultura dos aculturados, sobre a ode dos letrados, tenho cá minhas razões de ficar besteiro, pois sei que saci não pode espernear. Então, curupira passa a ser personagem central, assusta criancinhas e vira lubisomem e, depois, o pior, vira homem, sem rosto e sem nação, vira capital, moeda de circulação de poder tão volátil quanto a alma do universalismo à caça de dividendos.
Não se pode ter medo do neoliberalismo que come criancinhas nas esquinas, crianças negras ainda filhas da nossa vergonhosa história de escravidão. As sinhás de duas pernas entre o público e o privado aconselham tudo se resolve num bom chá com torradas, depois coca-cola e, mais à frente, com a vestimenta “Boys and Girls”, griff que vestia a rainha dos baixinhos e baixinhos, dos sobrenomes.
Portanto, a subdivisão, mais do que um termo, é prática que deve ser usada para distinguir a febre do supositório, senão, acabamos por cantar o hino da unificação displicente. Uma coisa são os impostos que atinge a todos, outra coisa é Lei Rouanet que beneficia a poucos, muito poucos, ricos, chiques e privilegiados, como diz o nosso querido Seu Pedro, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Antonio Carlos Pedro
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